quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Lenita: A jovem namoradeira



Agora irei contar
A história de Lenita
Uma moça do Sertão
Filha de dona Expedita

Sempre muito espivitada
Seu sonho era namorá
Mas, só tinha quinze anos
Seu pai num ia dexá

Lenita tinha um corpo
Já de uma mulher aduta
Bunita e arrumada
Vivia de saia curta

E os moço do Sertão
Ficava era tudo olhando
Psiu pra qui, psiu pra lá
E ela toda se achando

Mas isso não deu certo
Pois um dia seu pai viu
E noz meio do cercado
De uma topada ela caiu

Seu pai já de currião
E ela correndo danada
Saiu só de sutiã
Que a blusa caiu na estrada

E os moço cortejante
Sairu pra mais de cem
Os sapato e os chinelo
Eles perdêro também

No outro dia...
Zazá entra em ação
Fuxiquêra como nunca
Fez logo sua narrração

E em menos de um minuto
Todo mundo já sabia
Tava o maiô comentarô
Na manhã daquele dia

E seu Pai aperriado
Num sabia o que fazê
Se chorava, se gritava
Pensô inté e morrê

Com essa difamação
De sua filha mais nova
Quebrô mais de quinze prato
Era tempo de lua nova

E ele chamou Lenita
Que veio amedrontada
Achando que o seu pai
Ia deixá-la acorrentada

Mas sabe o que ele disse?
Que ela fosse namorá!
Pois, moça namoradeira
Ninguém pode segurar

Quando ia lhe dá um abraço
Ele ataiou com um grito!
­Espere ispivitada!
Tem uma coisa pra sê dito!

_O caba que lhe cortejá
Vai tê que sê com respeito
Se um dia lhe maltratá
Esta frito e com despeito!

E ela saiu tão contente
E foi logo para o quarto
Butá seu batom vermeio
E o sapato mais alto!

Incontrosse com Filipe
Filho de seu Manué
Um rapaz bom e dereito
Lindo feito um filé

Namorô uns quato ano
E depois já quis cazá
O pai de Lenita
Tratô disso aprontá

Essa históra que contei
De moça namoradêra
É a realidade
Da adolescência inteira

E tem pai aperriado
Que quê puxá o cabrecho
Mas, num adianta não
Tá na sina e no desejo

Num sigure dimais não!
Pode acabá piorano
Deixe os bichin namorá
Prê-les ficá se amano.


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